Compromisso com a Unidade é realimentado por Conselheiros Internacionais em Pernambuco

Compromisso com a Unidade é realimentado por conselheiros internacionais em Pernambuco

Conselheiros Internacionais em Pernambuco alimentam o compromisso com o Carisma da Unidade das comunidades dos estados de Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

Membros dos Focolares da Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte encontraram-se com os Conselheiro Internacionais para as Américas, que estiveram em viagem pelo Brasil para conhecerem a atual realidade do Movimento dos Focolares no país. “Foram dias de luz intensa” descreveram os participantes do momento.

Durante suas viagens, os conselheiro Bernadette e Angel puderam conhecer os desafios que as comunidades vivem em suas diferentes regiões, mas um em comum chamou a atenção: a polarização. Para lidar com ela, eles acreditam que a chave é centrar a atenção no Carisma da Unidade e no Evangelho.

Outro desafio é a urgência de sairmos do conforto das nossas comunidades e irmos ao encontro dos mais vulneráveis e mais necessitados da sociedade para “enxugar-lhes as lágrimas” e deixar-nos interpelar pelas situações que requerem a nossa atenção e, mais que isto, a nossa ação. Mas, para isso, eles salientam que é indispensável amar-nos reciprocamente e cultivarmos a reciprocidade, a compaixão e a proximidade entre nós (sem nos fecharmos) e ao nosso redor (sem cairmos no ativismo). Uma metáfora que bem traduz esse direcionamento, citada por Angel, é sermos como “lupas, que deixam passar a energia e o calor dos raios do Amor de Deus para transmitir Vida e Calor aos corações”.

Recordaram os que estiveram presentes.

Essa metáfora é reforçada pelas indicações da Presidente e do Co-Presidente do Movimento, respectivamente, Margaret Karram e Jesús Moran que, em recentes pronunciamentos recomendam a reparação dos danos causados por erros cometidos no passado e a escolha de ir ao encontro dos mais vulneráveis.

Com a orientação da presidente Margaret, os Conselheiros e Responsáveis visitaram os diversos projetos sociais e ambientes mais longínquos ou marginalizados onde o Carisma da Unidade chegou por meio da ação perseverante dos membros internos, aderentes e simpatizantes. Todos e todas, de variadas gerações, reconhecem que não é fácil permanecer fieis a essa Luz, mas se colocam e recolocam na linha de frente.

A passagem dos Conselheiros pelo Brasil deixará um marco na história do “Povo de Chiara” que se empenha em construir o Mundo Unido. Todos aqueles e aquelas que está à frente reconhecem que o Genfest 2024, em Aparecida, é uma imensa oportunidade de “relançarmento” do Carisma de Chiara Lubich no Brasil e no mundo. Será um percurso no qual virá em relevo o protagonismo do Movimento dos Focolares e, especialmente, de suas novas gerações com a atuação nos projetos sociais e na construção da Paz e da Fraternidade Universal.

Antes dos estados do Nordeste, os Conselheiros visitaram uma comunidade ribeirinha em Óbidos, no coração da Amazônia, uma etapa que reforçou percepção de que a preservação da nossa grande floresta e o desenvolvimento sustentável daquele que é um Santuário à céu aberto.

Visita à Ilha Santa Terezinha

Um momento significativo da agenda dos Conselheiros Internacionais em Pernambuco foi a visita à Ilha de Santa Terezinha, no Recife. 

Conta-se que presença do Movimento dos Focolares na Ilha de Santa Terezinha foi, além de tudo, uma resposta à súplica de um padre jesuíta à Nossa Senhora de que alguém desse continuidade ao trabalho que fez na comunidade. Na década de 1960, o padre Bourrasat, canadense, passou anos na Ilha, amando e servindo às pessoas. Até que seus superiores o enviaram pediram em uma nova missão.

Narra a comunidade dos Focolares em Recife.

A partir daí, o Movimento dos Focolares se fez presente na Ilha de Santa Terezinha apoiando as iniciativas da comunidade na luta pela cidadania plena. Uma das conquistas nessa trajetória foi a formação do Conselho de Moradores com características parlamentaristas. Os representantes das ruas têm voto nas decisões que, na maioria das associações, são tomadas pelos presidentes das entidades. O modo de funcionamento do Conselho de Moradores da Ilha de Santa Terezinha acontece para que as as decisões tomadas sejam expressão da vontade coletiva. Os frutos deste trabalho? A conquista de direitos importantes: escola, posto de saúde com agentes comunitários, urbanização, projetos de promoção de emprego e renda e da cultura local.

A comunidade venceu a batalha contra a subnutrição infantil e conta com o apoio permanente do Movimento dos Focolares na manutenção e no desenvolvimento da Associação de Apoio à Criança e ao Adolescente, a AACA. 

Esses e outros avanços significativos foram relatados pelo Voluntário de Deus Edjohson para Bernadette e Angel durante a visita à AACA, onde foram acolhidos por seus gestores e educadores, alguns deles integrantes, no passado, do público atendido pela Associação. Ainda durante a visita, Bernadette e Angel assistiram apresentações culturais preparadas exclusivamente para o momento e escutaram histórias edificantes que comprovam a força construtiva do amor concreto na vida das crianças, adolescentes, suas famílias e de todos e todas as pessoas envolvidas na AACA. 

Palavras dos Conselheiros Internacionais

Sobre a iniciativa, a Conselheira Bernadette, de origem congolesa, declarou:

“Sabemos que o trabalho que fazemos, aqui, na realidade é responsabilidade do Governo. Então, de algum modo, não podemos deixar o Governo tranquilo, na zona de conforto. Se existe violência é porque o Governo também não fez o que deveria fazer; ainda mais, criaram-se situações que aumentam a violência. Podemos ter a tentação de dizer ‘mas somos pequenos; não podemos fazer nada diante do tamanho destas forças’. Há um provérbio africano que diz ‘quem fala que é pequeno, que não pode fazer nada, significa que nunca dormiu com uma muriçoca’. Então, não deixemos que os outros durmam tranquilos, sejamos como as muriçocas nos seus ouvidos”.

O Conselheiro Angel, que nasceu na Espanha, ratificou:

“Entendemos que tudo que vocês fazem não é pequeno, é grande! Vendo estas crianças e adolescentes, também muitos de vocês que desde pequenos estiveram aqui, se compreende que não é um trabalho pequeno. Vocês permitiram o desenvolvimento de muitas capacidades de pessoas, que puderam se formar, ter uma profissão, construir um projeto de vida e isto é muito importante. Mas, vocês fazem outra coisa que é ainda mais importante: ajudar a colocar o amor no coração de cada uma destas crianças e adolescentes que passam aqui […] Vocês lhes deram uma vida nova, que é mais importante que uma profissão e todas as outras coisas, mesmo se tudo é importante para o desenvolvimento da própria vida. É impossível não se emocionar diante de uma realidade como esta!” 

O trabalho continua

O voluntário Jonhson, que nasceu, cresceu, se casou e construiu uma família dentro da Ilha Santa Terezinha, recordou que comunidade já foi chamada de Três Coqueiros e de Ilha do Inferno. O nome Ilha de Santa Terezinha foi dado por um sacerdote por ocasião da cura de uma criança que se chamava Terezinha e por quem a comunidade rezou muito.

Ele narrou alguns outros fatos da trajetória da comunidade, com seus desafios e conquistas. Uma experiência que já vai com mais de 60 anos e continua na luta diária de superação de injustiças e desigualdades; no empenho por uma verdadeira cidadania, com mais fraternidade; e no esforço contínuo de viver o Evangelho em todos os âmbitos. 

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